
AVAREZA
Não se soube de onde vinha.
Seu nome – Tuca Tinteiro.
Vendia tintas na rua
E tinha muito dinheiro.
Dava conselhos aos pobres,
Buscando escolher a quem,
Mas do dinheiro no cofre,
Não amparava ninguém.
– Seu Tuca – disse Ana Clara,
Sou viúva de Joao Xisto.
Tuca, porém, replicava:
– Não tenho nada com isto.
– Seu Tuca, preciso tempo,
Rogava Dona Ziúra.
No entanto, ei-lo que lhe arranca
A máquina de costura.
– Seu Tuca, empreste-me cem...
Pagarei quando voltar.
– Diz Tuca: você falhando,
É mais cem para acertar.
Tuca se via tristonho,
Faltava-lhe um companheiro;
Entretanto, era seu lema:
Dinheiro, dinheiro e dinheiro.
Declarava-se usurário
E dizia: – Quem não é?
Sem dinheiro no meu bolso,
Não tomo nem um café.
– Pobreza não é meu fraco,
Detesto a vida na roça;
Quero dinheiro comigo,
Papel ou moeda grossa.
– O meu regime de vida
É necessário a qualquer,
Filosofia de todos
Seja homem ou mulher.
E assim vivia Tinteiro...
E a falar palavras feias
Cobrava um simples tostão,
Tomando terras alheias
Num domingo, entre os amigos,
Pitando e contando casos,
Quando viu certa mulher,
Falando-lhe em conta e prazos.
Ele ia responder
Mas tombou com dor tão forte,
Que a mulher veio abraçá-lo.
Era ela a própria Morte...
Livro: Revelação
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Jair Presente
GEEM – Grupo Espírita Emmanuel Sociedade Civil Editor
Para mudar o mundo é preciso mudar a si mesmo.
Projeto Saber e Mudar
Aos poucos e sempre.
Estudar e conhecer.
Agir e transformar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário